sexta-feira, 29 de julho de 2011

Atravessando os pântanos

Ontem mesmo me lembrei da quinta-feira passada. Não sei porque, mas depois da musica da Katty Perry eu fiquei com quinta-feira na cabeça. Isso só pode ser coisa da Alice. Afinal de contas quando atravessamos um pântano, sujamos os pés, mas chegando do outro lado “lavo ta novo”. Não sei pra que falar disso. Ahh... na verdade as peripécias de Alice durante a semana me causarão um tremendo prejuízo financeiro nos próximos meses. Sério, não sei porque dou ouvidos pra essa menina, ta certo que ela é lindinha, fofinha, tudibonzinha, mas suas compranças de criança vão destruir meu orçamento.

Alice é uma criança como qualquer outra, e como toda pirralha adora um brinquedo.  Não é que ontem ela me fez comprar um porquinho, sim um porco. Tá bom, na verdade é um cofre, aqueles de porco, (ela ta aqui me falando que é um porco, mas é cromado, e lindoooo... ai Alice... até na hora de eu escrever ela vem dar palpite).

Então, mas se o porco fosse “A” arte da garota, que nada, acabei arrumando mais uma mega viagem pra fazer. Essa menina me quebra. (Sobre a viagem, conto nos próximos  posts... sim terão próximos).

Estou meio desfocado na escrita, as vezes são tantos assuntos, acontecem tantas coisas ao longo da semana. E da semana passada até hoje, estive na Turquia, No México, na Croácia, em Veneza, em Paris, na Europa toda. Imagina! isso acaba com a semana de qualquer um. Canseira sô. Mas deixe me ver, o que eu deveria contar a vocês... aaah... o final de semana passado, tranquei a Alice em casa... tava até esquecendo de contar (ela ta aqui reclamando... kkk). Depois de algumas ‘artes’ que minha criança aprontou eu fiquei meio receoso com ela. Mas como eu estava muito afim de sair, pra dançar e tals. Tranquei a menina em casa. Não deixei com a babá, ficou trancada no quarto de castigo.

Só pra contar mais um pouco sobre a Alice, eu descobri que ela era uma criança gordinha (gordinha nada, aquilo era uma baleia) adora comer, de tudo. E isso pra variar me derruba.

To começando a perceber que a Alice não é uma boa influência na minha vida. To precisando deixá-la mais em casa, e começar a lidar melhor com meu adulto. Quem sabe assim eu atravesse o pântano sem me “melecar” tanto.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

As bolas de gude de Alice


Por mais doce e meiga que a Alice seja, vira e mexe eu tenho a impressão (muito forte) de que na verdade, de meiga ela só tem a cara. As atitudes daquela “pirralha” me fazem perder a vontade de tê-la por perto.
Mas as crianças são assim mesmo, meio malvadas, quase monstruosas eu diria. Outro dia esta eu tratando desse assunto. Exatamente esse assunto (o das crianças) com um amigo. Aliás, a criança dele se chama Rafaela, muito simpática, mas extremamente chata. Então, estávamos comentando, ou melhor, eu estava divagando como que as nossas crianças são malvadas e no fundo são capazes de maldades tão sórdidas, que me dá certo medo de permitir executarem um pouco desses desejos.
Os desejos da Alice, como o de todas as crianças não passa por um crivo correto, não são devidamente avaliados. Aí já viu, quando ver, deu merda. É estranho tomar consciência dessa relação de amor e ódio com Alice, afinal de contas estamos juntos a tanto tempo que me parece tão provinciano ficar reclamando das suas atitudes em público. Mas é verdade, abrindo a caixa de Alice, ontem tive a oportunidade de ver suas bolinhas de gude, elas se mostraram, infames, patéticas, deprimentes, mas se mostraram e pude perceber quanto a figura doce dessa criança, esconde atitudes, que meu adulto não concorda. (Ainda não sei o nome do meu adulto... é talvez  por isso que Alice esteja tão em alta).
Não que ontem eu tenha ateado fogo em uma escola, ou saído atirando em velhinhas na rua. Mas mesmo assim, ser desleal, impulsivo, e inconseqüente. São atitudes da Alice, não minhas, ouvi-la ontem me mostrou o quão fraco posso ser. Mas essa lição vou levar pra vida. Ótimo! Abrindo a caixa de Alice, estou encontrando dezenas de quinquilharias que nem lembrava que existiam mais, e muitas outras que eu pensava que as tinha perdido, ou até pior, que tinha jogado fora. E  essa limpeza é tão necessária. Acho que vou contratar uma faxineira pra me ajudar nessa tarefa, são coisas demais dentro dessa caixa.

As bolinhas de gude não foram pro lixo.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

“A caixa de Alice”, ou “Conversando das flores”, ou “Água turva”... (*)

O nome Alice é facilmente associado à fantasia, pois então, nada mais fantasioso do que um blog. Não sei por que a necessidade humana de interagir com os outros chega a este ponto. Realmente não sei a resposta e nem estou interessado nessa busca.

Pois bem, “A caixa da Alice” está sendo aberta.

Após anos de analise, analise não, terapia, pois análise transacional é muito diferente da terapia ‘normal’. (Falar em terapia normal é ótimo...)

Hoje, aos meus 23 anos, conheci Alice, minha criança. Ela é exatamente como a versão da Disney, lindos cabelos dourados, e de uma avidez interessante. Ter descoberto as feições dela me trouxeram esperança. Preciso urgentemente ter uma longa conversa com ela. Existem algumas histórias que precisam ser aclaradas, investigadas.
Mas essas histórias serão contadas aos poucos. Afinal, Alice é arredia e desconfiada e foge das situações de pressão facilmente.

Enquanto não consigo essa reunião com Alice, vou continuar conversando com as flores que estão ao meu redor, continuar me iludindo que há melhora. Acreditando piamente que existe uma cura. Acreditando que é possível ser feliz e conviver com essa angustia terrena. Oh! Belas flores que me rodeiam, me contem suas histórias, digam-me de onde vieram, tragam a mim esse aroma de vida, enquanto não destrincho a caixa, iludam-me.

Nesse movimento de energias opostas, esgotadas de tantos redemoinhos, vejo a vida pra fora do jardim. Vejo porém com um véu. Como se as águas que preenchem meus olhos estivessem turvas. Sinto que esse modo de ver dificulta ainda mais meu encontro com Alice, penso que esses olhos turvos a deixem com medo de mim. Pena, ela não sabe que na verdade são olhos de quem não sabe enxergar sem chorar algumas perdas, algumas derrotas.

Agora que descobri mais sobre Alice, vou procurar incessantemente encontrá-la. Mas antes disso, sei que descobrirei muitas outras coisas e pessoas pelo caminho. Sei que na busca de tê-la por perto, toparei muitas outras crianças, irei a muitos outros mundos, viajarei para lugares longínquos, e esse blog é justamente pra contar essa história, essa busca, esses encontros, os desencontros.

Sejam todos bem vindos!

*A caixa de Alice (...). Surgiu de uma sugestão de nome para um livro de poesia, mas a maneira como o descobrimento de minha criança  me tocou, e de uma tal maneira que trouxe a tona a necessidade de contar essa história. Assim, a inspiração para o encontro deu a tônica, a forma e a inspiração para esse blog.

;-D